SSS, a revista...

- Olá senhor Vladimir. Podemos então começar a entrevista para nossa conceituada revista do mundo de negócios, a “SSS – SUCESSO SEMPRE E SEMPRE”?

            - OK.

            - Então, seu Vladimir. Fale-me um pouquinho sobre seu empreendimento, o “Restaurante Vlad Gourmet”. Que local agradável... Seus pratos têm sido muito elogiados. Seriam eles realmente o diferencial do seu negócio?

            - Bem, os clientes têm gostado muito de nossas receitas. O strogonoff de morango e o panetone de camarão são os pratos mais pedidos.

            - Poxa. Que sucesso... E com isto seu faturamento mensal tem sido comparável ao dos restaurantes das grandes metrópoles como Rio e São Paulo. E quem administra isto tudo? Em que o senhor está investindo?

            - Olha moça, esta parte eu não sei informar...

            - E onde o senhor mora? É aqui perto?

            - Sim moça, quer conhecer? Eu durmo ali naquela salinha atrás da cozinha.

            - O senhor com todo este sucesso mora aqui mesmo no restaurante? Ou seja, o senhor vive seu empreendimento 24 horas mesmo, não é verdade? Isto é que é dedicação... Deve ser por isto que está com a pele tão branquinha mesmo morando na terra do sol eterno...

            - Moça, há uns 5 anos eu mandei construir uma casa com jardim, piscina, churrasqueira, cinco quartos e todo o luxo possível. Mandei colocar 3 carros na garagem e um Jet-ski. Mas como eu ia bem pouco em casa, minha mulher acabou me trocando pelo dono da empresa que fazia a limpeza da piscina... Como eu não tinha tempo ela mesmo contratou um advogado para cuidar do processo da nossa separação. Depois disto nunca mais voltei em casa, nem dirigi meus carros e nem mesmo vejo a cor do meu dinheiro. Certa vez minha filha chegava da Disney e fui buscá-la no aeroporto. Ela então olhou para mim e perguntou: ‘o senhor não é aquele moço do restaurante onde íamos almoçar quando eu era pequena?’ Desde então não a vi mais...

            - Que história, senhor Vladimir... Dá para ver que seu sucesso não é em vão, mas veio através de um enorme sacrifício. Agradeço ao senhor em nome dos editores e dos leitores da revista “SSS – SUCESSO SEMPRE E SEMPRE” pela entrevista que mais uma vez vem nos mostrar que quem busca o sucesso consegue alcançá-lo.

No voo de volta ao escritório da revista, a moça pensava: “Ufa... Agora sim vem a melhor parte... Dar um pouco de glamour a essas pobres vidas desalmadas. É sentar e escrever uma estória que convença as pessoas que o tal do Vladimir é alguém que vale a pena... E não é que tem gente que acredita que é possível ter sucesso sendo escravo de alguém ou de alguma coisa? Este é o meu trabalho, vender ilusões para esta gente e isto sim é o verdadeiro sucesso...”.

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Você Tem Medo?

Já sei... Você ouviu dizer que o medo nos impede de seguir adiante. Que você precisa combatê-lo e ignorá-lo...

É claro que o medo não pode causar sofrimento nem ser prejudicial à vida de ninguém, mas, “cá prá nós”, nem todos os temores são maléficos...

Na praia, por exemplo... Está você relaxado bebendo sua cerveja, vendo sua filha brincar na areia e eis que se aproxima o vendedor de queijo de coalho (ainda proibido no Rio?)... Eis que ele vem se aproximando... Vem caminhando em meio à multidão carregando uma lata pendurada em um arame e cheia de carvões incandescentes que ele usa para aquecer o queijo... Imagine o quanto aquela lata não deve estar quente... Vai dizer que você não fica com medo daquele sujeito esbarrar aquilo em alguém, principalmente em alguém de sua família? E o pior é que acaba sendo um mal necessário, pois o queijo de coalho na brasa é delicioso...

E quando você está a pé na rua em um dia de chuva? A chuva acaba, mas sempre sobram aquelas poças na beira da calçada com motoristas inconsequentes passando bem próximo. Não vem o medo de que um deles, propositalmente ou não, lhe dê um banho que vá acabar com o que restar do seu dia?

O medo racional acaba batendo na mesma medida do nível de perigo que nos ameaça.

Ou seja, não dá para viver sem medo...


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HELENO

Para quem como eu passou quase uma vida ouvindo falar em Heleno de Freitas, assistir ao filme “HELENO, o Príncipe Maldito” é uma grande emoção (http://pt.wikipedia.org/wiki/Heleno_de_Freitas).

Desde pequeno ao passar férias em São João Nepomuceno/MG (http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_Nepomuceno), cidade onde nasceu meu pai e boa parte de minha família, eu ouvia falar de um famoso craque do passado botafoguense chamado Heleno de Freitas. Aliás, sempre fiquei hospedado na casa da minha querida tia Esmeralda, que foi onde Heleno nasceu.

Quanto ao filme... Heleno foi um sujeito de vida intensa, que buscava a perfeição naquilo que fazia com maestria, ou seja, jogar futebol.

E a quase perfeição de seus movimentos, aliada à gana, à raça e à paixão traziam a reboque uma idolatria que fez de Heleno um verdadeiro popstar dos anos 40.

Sua estória foi triste por ter partido tão cedo, mas no mundo quantos bons não partem tão cedo?

Assistindo ao filme, não há como não se lembrar da música Silvia, da banda baiana Camisa de Vênus (http://letras.terra.com.br/camisa-de-venus/44816/), mesmo sabendo que o nome da moça no filme não é o verdadeiro, ou mesmo sentir “um certo prazer” pelo Brasil não ter vencido a Copa de 50 (peguei pesado agora, não?).

Muito se deve enaltecer Rodrigo Santoro, que incorporou de corpo e alma a figura do “Príncipe Maldito”, que foi do céu ao inferno... Para conhecer ainda mais a vida de Heleno de Freitas, Rodrigo visitou São João Nepomuceno e a casa do meu primo Marcelo “Foguete”, um profundo conhecedor das glórias do craque alvinegro (http://extra.globo.com/esporte/campeonato-carioca/estrela-de-heleno-vascaino-rodrigo-santoro-revela-simpatia-pelo-botafogo-implicancia-com-flamengo-4337323.html#ixzz1phG7YI4w).

Só resta aos apaixonados por futebol bem jogado e estórias bem contadas agradecer ao petropolitano Rodrigo Santoro, a meu primo Marcelo “Foguete” (e sua família) e a todos que de alguma forma contribuíram para que este filme se tornasse realidade. Sendo assim, MUITO OBRIGADO.

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