Dizem que “os justos pagam pelos pecadores”... Será isto mentira? Será isto verdade?
Só o que sei foi que liguei para uma tal operadora de telefonia sabendo, é CLARO, que seria difícil ser bem atendido...
Começava então a corrida de obstáculos... Informar telefone com DDD... Ouvir musiquinhas, mensagens desnecessárias, opções, opções, mais opções e, ufa, eis a primeira atendente... Pareceu rápido, não? Mas só eu sei o “quanto caminhei para chegar até aqui”...
Ela então pediu meu nome completo, é CLARO, consultou meu protocolo e me disse que ele já estava atendido. Por que então meu problema persistia? Ela não sabia... Ou seja, só o que lhe cabia era encaminhar minha ligação para o setor que atendeu ao protocolo para que eu descobrisse o que teria acontecido...
E lá vou eu de novo... A ligação some e quando volta a segunda atendente, é CLARO, pede tudo novamente: Nome completo... Telefone com DDD... E, aquela singela pergunta final: “Em que posso ajudá-lo?” Como se eu já não tivesse contado minha estória poucos minutos antes...
Após me ouvir ela disse: “Seu protocolo já está atendido sim, mas o senhor precisa se recadastrar. Vou transferi-lo então para o setor responsável...” Como assim me recadastrar se já sou cliente faz tempo? Que coisa... Mas não há como negar que cada ligação é uma emoção diferente. Não há tédio, mas um ar de ansiedade que se retroalimenta através de um moto-contínuo que deve ser constantemente aprimorado em horas e mais horas de treinamento...
E lá vamos nós... Tudo de novo... Vez por outra parece que estamos em um parque de diversões, girando em um “loop” gigantesco, mas precisamos fingir que aquilo ali é sério... A ligação some e quando volta a terceira atendente (não perca a conta), é CLARO, pede tudo novamente: Nome completo... Telefone com DDD... E, aquela pergunta final: “Em que posso ajudá-lo?” Que ar de Déjà vu...
Conto mais uma vez minha estória, logicamente com cada vez mais ironia e menos detalhes, e ouço do outro lado: “Desculpe pela demora no seu atendimento. É aqui mesmo que o senhor se recadastra...”
Por um segundo pensei: “Até que enfim uma pessoa competente que irá resolver meu problema”.
E ela então continuou com todo jeito e educação: “Queria lhe pedir desculpas...”
Caramba, que atendimento de alto nível...
Mas eis que ela completou: “...Mas o senhor terá de retornar a ligação daqui a alguns instantes, pois no momento nosso sistema está fora do ar...”
Em meu subconsciente parecia tocar a música do Sidney Magal... “E o meu sangue ferve por você...” Mas não fervia por amor e sim justamente pelo oposto...
“Ligar novamente daqui a alguns instantes? Olha... Minha vontade era lhe dizer tudo o que penso do serviço da empresa em que você trabalha, mas você foi tão educada que vou guardar meu desabafo para, quem sabe, daqui a alguns instantes...”
Verdade seja dita, não deve ser nada fácil trabalhar em um lugar assim.
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