sexta-feira, 5 de outubro de 2012

HXAKI PRÁ EU TE CONTAR CONVIDA...

Lembrando mais uma vez... A exposição fotográfica do grande amigo Rubens Paiva começa HOJE. Segue abaixo o convite...



Amigos, gostaria de convidá-los para visitarem a minha exposição fotográfica:

"Eu e minha Kodak C182... por aí"


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Centro de Cultura Raul de Leoni, Galeria Djanira - Petrópolis
CENTRO HISTÓRICO - Praça Visconde de Mauá, 305 – Centro
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Data: 5 a 28 de outubro de 2012


A ideia desse ensaio fotográfico foi mostrar que qualquer pessoa com algumas dicas pode sentir o prazer de fotografar, clicando fotos interessantes usando uma simples e barata câmera digital compacta. As imagens que procuro refletem meu olhar e minha atitude, e são de algum modo um tipo de linguagem. Muitas dessas fotos foram tiradas enquanto eu admirava a cidade, andando por aí com a minha Kodak.

Na maior parte das vezes eu não estava olhando nada em particular, mas estava sempre aberto para algo interessante ou prazeroso.
Simplesmente olhando.

Acredito que as melhores fotos não são tiradas, elas nos são dadas.

Grande abraço, Rubens.


...

EM BUSCA DA PAZ


          O que você busca da vida afinal? Quais são seus objetivos? Seriam eles físicos? Seriam espirituais? Seriam mentais? Ou meramente materiais? Ou, quem sabe, uma combinação de vários deles?

            Muitas vezes o que nos importa de verdade é viver em paz. Buscamos a paz mundial... Mas se não for possível, que haja paz em nosso Continente... Quem sabe ao menos em nosso País... Ou a paz na Região Geográfica em que vivemos... Ou pelo menos em nosso Estado. Na cidade? No bairro? Na rua?

            Busquemos então em primeiro lugar a paz familiar, que nem ela é assim tão fácil... E para isto nada melhor que um dia ensolarado (para quem prefere a luz do que as trevas) com tempo livre e dinheiro no bolso.

            E quando pensamos em paz, a primeira ideia que vem à cabeça é a de não sermos incomodados por coisas fúteis que poderiam ser evitadas. Coisas simples como pagar contas em dia... Agir com lógica... Usar os avanços positivos da vida moderna a nosso favor...

            Afinal, a tecnologia existe para facilitar nossas vidas e a lógica ajuda as pessoas a pensar de maneira coerente...

            Mas estava com minha família voltando de viagem quando a “autoridade” pediu que encostasse o carro. O dia, que era de céu azul e ensolarado, de repente ficou cinzento quando a “autoridade” se aproximou de vez...

            Ele demonstrava aquela simpatia cínica de quem exerce o poder... Diante daquela empáfia silenciosa, eu quem tive de perguntar o que ele queria: “Carteira de motorista e documento do carro?”

            “Isto mesmo!” – disse ele sorrindo... Quanta simpatia...

            Conferiu, mas percebeu então que o documento era do ano anterior, ou seja, 2011 e não 2012.

            Acontece o seguinte. O Licenciamento Anual é dividido em 3 parcelas. A última já estava paga havia uns 10 dias, mas o DETRAN ainda não tinha me enviado o documento pelos Correios.

            E ele então finalmente “soltou o verbo”: “O senhor teria aí o comprovante do pagamento das cotas do Licenciamento?”

            Ora bolas... Eu pago e ainda tenho de provar que paguei? Mas felizmente a solução era bem simples, bastava consultar a informação.

            Lembram-se daquele papo de lógica associado à tecnologia? Pois é, esqueçam...

            Procurei em vão em minha carteira e respondi em um misto de inocência e de querer chutar o problema de volta: “As três parcelas já estão pagas, mas não estou com o comprovante aqui. Mas basta consultar o sistema para constatar que eu paguei.”.

            Lógica... Tecnologia... Ops... Uma frase bastou para que a “autoridade” se transtornasse e mandasse de volta: “O documento é de porte obrigatório e seu veículo será multado e apreendido...”

            Vai falar a verdade para a “autoridade”... Vai cobrar-lhe lógica e eficiência...

            Felizmente em meio a meus documentos estava a cópia do comprovante de pagamento da segunda parcela. Entreguei-o então ao “simpático” ser que me achacava impiedosamente...

            Ele disse apenas: “Vou ali conversar com meu comandante...”

            Ah o comandante... Divindade suprema... Autoridade incontestável... Palavra final para encerrar dúvidas ou divergências. Quem dera o país fosse repleto de comandantes. Aí sim seríamos uma potência. Os países desenvolvidos devem ser repletos deles por toda parte... Por aqui somos na maioria meros comandados...

            E lá foi ele consultar o comandante a uma distância considerável de nós...

            O clima em nosso carro era de velório e eu pensava na alternativa para sairmos dali ilesos sem meu carro e com “mala e cuia” nas costas.

            Bem... Não sou Monge Tibetano ou Beneditino, nem ao menos um Frei Franciscano ou defensor ardente do Zen-Budismo. Portanto, autocontrole e paciência não são tão fáceis de manter nessas horas. A vontade era ir ao encontro das “autoridades” e fazer um discurso em prol da sanidade, eficiência e justiça, mas a vida ensina que em muitas situações o não fazer nada é a melhor opção. Com certeza se eu fosse lá só conseguiria piorar a situação que já não era nada boa. A hora era de manter o sangue-frio como um réptil.

            E como demorou... Ou o comandante estava ocupado com outros assuntos mais importantes ou o que eles realmente queriam é que eu fosse lá. Fiquei firme em meu canto... Um réptil imóvel e sem expressão alguma...

            Mas eis que a “autoridade” começa a retornar. Passos largos, ar cínico, mas uma aparente preocupação de que o andar pudesse fazê-lo esquecer alguma parte do discurso proferido pelo comandante...

            Aproximou-se e mandou ver: “Olha moço. O documento é de porte obrigatório, o carro deveria ser apreendido, é o que diz a lei, mas em consideração à criança no banco de trás vamos deixá-lo seguir viagem. Nós sempre seguimos o bom senso, mas que fique claro que não temos obrigação alguma de estar verificando informação em sistema. Chegando em casa trate de colocar o comprovante junto com o documento. Passar bem.” 

            Ora bolas, e não é que ele tinha um sistema de informação para consulta rápida que era o comandante? Não era dos mais modernos, mas tinha o mínimo de coerência para saber que se eu paguei a segunda parcela e a terceira tinha vencido uns 10 dias antes, com certeza mesmo que eu não tivesse pago ainda estaria no prazo para pagar com multa. Ufa... O papo do bom senso era aquela velha conversa para “boi dormir” de quem havia perdido a guerra... rsrsrs

            Boa parte de nós (nem todos) torce para que os serviços melhorem e para que sejam mais eficientes e interligados. Mas apesar de esperarmos avanços da tecnologia, torcemos para que esta não venha permitir a leitura de nossos pensamentos, pois se fosse assim na maioria dos casos iríamos presos por desacato à autoridade...


...

IN...

            À medida que a vida vai seguindo seu curso, muitos passam por frustrações que aparecem, somem, voltam, somem outra vez e isto se mostra ser um ciclo sem fim...

            Mais eis que aos poucos nos atinge o tal do “amadurecer”, que felizmente não é sinônimo de envelhecer, e transforma as frustrações em meros acontecimentos rotineiros da vida.

            Muitas vezes nos sentimos invisíveis. E isto é ruim quando queremos ser notados por alguém...

            Falamos em vão e nos achamos inaudíveis...

            Escrevemos “ao léu” e nos vemos ilegíveis...

            Chamamos por alguém e descobrimos que somos imperceptíveis, o que nos torna ainda mais insignificantes...

            Mas como em um ciclo tudo um dia muda, a vida acaba nos apresentando situações e pessoas para as quais queremos ser exatamente como na Oração de São Jorge: “...que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.”.

            Ou seja, além de invisíveis, inaudíveis e imperceptíveis, em certos momentos da vida queremos ainda ser inalcançáveis e inatingíveis.

            Ilegível eu posso até ficar, mas não por opção...

            Cada um carrega em si um baú repleto de recordações. Um baú que não tem fundo e no qual sempre sobra espaço para novos fatos e emoções que deixam marcas em nossa existência.

            Tudo na vida tem sua hora e seu lugar... E independente de estarmos visíveis ou invisíveis, o que conta é estar presente a cada instante.

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