sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Primas e Primos... E o “Grande Brimo”

Talvez por eu não ter tido irmãos, a importância de primos (que logicamente inclui também primas) em minha vida sempre foi muito grande.

Primos que estiveram quase sempre ao meu redor e com os quais passei momentos que não esquecerei jamais... Mesmo outros que vi muito pouco ao longo da vida... Alguns são mais velhos e outros mais novos... Solteiros, casados, distantes ou não, felizes ou não... Todos, com certeza, fazem parte de um grupo de pessoas que compõem minha história e minha vida.

E foram inúmeros os momentos maravilhosos que vivi ao lado de primos. Seja em períodos de férias ou não, em festas de famílias, como aniversários, batizados e casamentos... Seja simplesmente para fazer um churrasco, beber alguns chopps, ouvir e cantar músicas e jogar conversa fora... Jogar futebol, no meu caso, já virou passado...

O triste e inevitável é que muitos morreram, estão morrendo e ainda morrerão... Somos mortais... Haja sangue frio para pensar como Sêneca, que em seu livro DA TRANQUILIDADE DA ALMA escreve: “(o sábio) Tem consciência de que a vida é algo que lhe foi dado de empréstimo e, por isso, sujeita à restituição, sem tristeza, quando lhe for reclamada. (...) Retornar de onde se veio, qual é o problema? Mal vive aquele que não sabe morrer bem.”

Na morte de uma prima ou primo sinto que parte da minha vida se vai junto... Mas o próprio viver nos ensina a nos acostumarmos com a dor e a perda. E sobre isto Sêneca no mesmo livro escreve: “Sabendo das desgraças para as quais nascemos, a natureza fez do hábito um alívio para a calamidade, tornando logo costumeiras as mais graves. Ninguém resistiria se a força das coisas adversas fosse a mesma na continuidade como é o primeiro golpe.”

Mas se a perda será um dia inevitável, não podemos deixar o dia a dia nos afastar das pessoas que queremos bem. Nem mesmo a distância física pode valer como desculpa, pois a tecnologia é algo que deve ser utilizado a nosso favor para nos manter próximos. Palavras escritas nem sempre são claras o suficiente para transmitir a emoção que queremos expressar, mas vez por outra são o único instrumento que temos para conseguir contato. Contato este algumas vezes ignorado... Pela desculpa da “falta de tempo” desperdiçamos convites, contatos ou conversas, como se dedicar tempo a isto não fosse das coisas mais importantes da vida.

A agitação da “vida moderna” acaba fazendo com que a prioridade passe a não ser aquilo que realmente deveria ser importante. Como disse Antonio Nogueira (ACIDENTES DE TRAJETO & DIREÇÃO DEFENSIVA): “As pessoas não andam, elas correm, não almoçam, fazem lanche, não passeiam, estão sempre atrasadas, não buscam conhecimento, se graduam”.

Acabamos ainda nos perdendo algumas vezes em coisas pequenas e em mal-entendidos que acabam não sendo resolvidos por toda uma vida. Quando estamos próximos, um simples olhar, um sincero sorriso, um singelo toque ou abraço deveriam ser mais que suficiente para dizer aquilo que as palavras nem sempre conseguem.

Não deixemos para depois o contato com as pessoas que gostamos de verdade. Nem que seja uma simples mensagem para dizer OI. Estar vivo é muitas vezes algo traiçoeiro que foge quando menos esperamos e pode nos deixar com palavras e sentimentos entalados...

A vida ensina após “cada esquina” e cabe a nós assimilar ou ignorar os ensinamentos que recebemos.

A todos os meus primos, eterna companhia de uma vida inteira, eu deixo meu sincero desejo de que sigam sempre em frente suas vidas com Fé, Amor, Paixão e minha grande amizade.

A meus primos que partiram eu dedico algumas lágrimas, que não se contêm neste momento, a eterna lembrança e o desejo de que estejam sempre bem.

Hoje em especial ao primo Cláudio Masullo, que se foi sem deixar aviso... Um exagerado em tudo, principalmente na sinceridade das palavras e da verdadeira amizade. Uma presença distante que a tecnologia tratou de aproximar. Resumiu-se hoje a um endereço de e-mail que eu não conseguirei nunca apagar... Porque você se foi eu não sei, mas descanse em Paz meu querido “Grande Brimo”!


...

5 comentários:

  1. Muito lindo Herbert, não tive a oportunidade de conhecer o nosso primo Claudio,mais mesmo assim sentimos a perder dele, através das pessoas com você, a Tia mana, meu pai Tadeu) que tiveram a oportunidade de conhece-lo. Um grande abraço a Tia Lourdes e meus sinceros sentimentos.

    Maricelio Masullo

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  2. Sinto pela perda, pesames a familia e amigos.

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  3. As perdas são inevitáveis, bem como a dor que as acompanha. O que nos resta é seguir em frente e tentar aproveitar ao máximo a convivência com os queridos.

    Um forte abraço,

    Bolivar.

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  4. Bonito Herb. Abração pra vc.

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  5. Luciano Caçador

    Pura reflexão, muito bom Herbert!

    Grande abraço

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