terça-feira, 18 de setembro de 2012

OS JUSTOS PAGAM PELOS PECADORES?

            Dizem que “os justos pagam pelos pecadores”... Será isto mentira? Será isto verdade?

            Só o que sei foi que liguei para uma tal operadora de telefonia sabendo, é CLARO, que seria difícil ser bem atendido...

            Começava então a corrida de obstáculos... Informar telefone com DDD... Ouvir musiquinhas, mensagens desnecessárias, opções, opções, mais opções e, ufa, eis a primeira atendente... Pareceu rápido, não? Mas só eu sei o “quanto caminhei para chegar até aqui”...

            Ela então pediu meu nome completo, é CLARO, consultou meu protocolo e me disse que ele já estava atendido. Por que então meu problema persistia? Ela não sabia... Ou seja, só o que lhe cabia era encaminhar minha ligação para o setor que atendeu ao protocolo para que eu descobrisse o que teria acontecido...

            E lá vou eu de novo... A ligação some e quando volta a segunda atendente, é CLARO, pede tudo novamente: Nome completo... Telefone com DDD... E, aquela singela pergunta final: “Em que posso ajudá-lo?” Como se eu já não tivesse contado minha estória poucos minutos antes...

            Após me ouvir ela disse: “Seu protocolo já está atendido sim, mas o senhor precisa se recadastrar. Vou transferi-lo então para o setor responsável...” Como assim me recadastrar se já sou cliente faz tempo? Que coisa... Mas não há como negar que cada ligação é uma emoção diferente. Não há tédio, mas um ar de ansiedade que se retroalimenta através de um moto-contínuo que deve ser constantemente aprimorado em horas e mais horas de treinamento...

             E lá vamos nós... Tudo de novo... Vez por outra parece que estamos em um parque de diversões, girando em um “loop” gigantesco, mas precisamos fingir que aquilo ali é sério... A ligação some e quando volta a terceira atendente (não perca a conta), é CLARO, pede tudo novamente: Nome completo... Telefone com DDD... E, aquela pergunta final: “Em que posso ajudá-lo?” Que ar de Déjà vu...

            Conto mais uma vez minha estória, logicamente com cada vez mais ironia e menos detalhes, e ouço do outro lado: “Desculpe pela demora no seu atendimento. É aqui mesmo que o senhor se recadastra...”

            Por um segundo pensei: “Até que enfim uma pessoa competente que irá resolver meu problema”.

            E ela então continuou com todo jeito e educação: “Queria lhe pedir desculpas...”

            Caramba, que atendimento de alto nível...

            Mas eis que ela completou: “...Mas o senhor terá de retornar a ligação daqui a alguns instantes, pois no momento nosso sistema está fora do ar...”

            Em meu subconsciente parecia tocar a música do Sidney Magal... “E o meu sangue ferve por você...” Mas não fervia por amor e sim justamente pelo oposto...

            “Ligar novamente daqui a alguns instantes? Olha... Minha vontade era lhe dizer tudo o que penso do serviço da empresa em que você trabalha, mas você foi tão educada que vou guardar meu desabafo para, quem sabe, daqui a alguns instantes...”

            Verdade seja dita, não deve ser nada fácil trabalhar em um lugar assim.


...

3 comentários:

  1. Telefone neste país, assumiu o papel de um ladrão que você poe dentro de casa.
    Não conheço sequer uma pessoa que não teve problemas com sua conta, qualidade do sinal preço da tarifa, cobrança indevida, ausencia de serviço no dia mais importante e etc...
    De fato, a privatização trouxe-nos o beneficio da proliferação do meio, mas, que pena, não trouxe um padrão de qualidade...
    Outra observação é a respeito do sistema. Ou não conhecem padrões de rede, ou não conhecem bancos de dados "parrudos", ou não conhecem desenvolvedores de aplicações tolerantes a falhas, ou nos fazem de bobos...

    ResponderExcluir
  2. Herbert, das dificuldades tirei algumas lições. Uma delas foi não ter mais celular. Não ter vínculo com nenhuma empresa. E fui mais além: não quero mais ter automóvel. A sensação de comunicação real e liberdade é impressionante. E vai, por ironia, de encontro ao que pregam as empresas desses setores. Não quero mais boletos, débitos automáticos, IPVA´s, seguros, multas, estacionamentos, manutenções, flanelinhas, engarrafamentos, telemarketings, pagar valores absurdos por serviços medíocres, etc., etc. Fiquei livre! O mais importante foi notar que não preciso de inúmeras coisas que nos fazem crer necessárias mas que na verdade NÃO precisemos nós! Ainda mais aqui no Brasil onde o consumidor é tratatado como se fosse um débil mental. Outro dia entrei no PROCON de SP e fiquei pasmo de ver a quantidade de reclamações. O consumidor fica sem saída, pois são reclamações do Banco X, Y, Z... o mesmo nas empresas de telecomunicações... não vão levar 1 centavo meu... we can live without them! Grande abraço, Rubens.

    PS.: Obrigado pela divulgação da exposição e MUITO obrigado pelo patrocínio. Pena que vocês não poderão estar por aqui durante a mostra.

    ResponderExcluir
  3. Eu já passei por isso te consola saber que não foi o unico e nem será o ultimo?!?! Gente como isso me irrita...Pior é ouvir os amigos dizerem "não gaste a sua energia com isso". Então vou comprar um saco de pacanda. kkkk

    ResponderExcluir