segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SENSAÇÕES


           Minha filha está crescendo... E não somente em tamanho ou idade.


         Há anos mora em uma “grande cidade grande” brasileira. Cidade grande em população, em problemas, em dificuldades de locomoção, em desafios à população, em sujeira nas ruas... Grande cidade em História, na diversidade cultural, nas atrações de lazer, no clima maravilhoso, nas oportunidades que oferece...


         Eis que minha garotinha saiu então de uma escola pequena, onde era amada e idolatrada, para outra bem maior, onde ela ainda é um pequeno peixe fora d’água.


         Dá para ver a curiosidade em seus olhinhos inocentes que percorrem cada rosto, cada sala de aula, cada nova descoberta, cada mistério que se revela...


         Experimenta sensações diferentes, que vão desde a saudade de amigos da antiga escola até me contar alegremente que no recreio jogando futebol com os meninos quase marcou seu primeiro gol. “O que aconteceu?”, perguntei. “Fui chutar, mas aí eu errei a bola e caí sentada...”, respondeu. Normal... Coisas que acontecem até no Maracanã ou na Fonte Nova...


         Fui então levá-la ao colégio e ela disse: “Pai, não precisa me levar até a sala de aula...”


         Está crescendo mesmo. Considerando-se independente para fazer coisas que, até outro dia mesmo, não eram tão simples. Querendo se tornar integrada de uma vez por todas àquela “nova cidade” de rostinhos infantis que habitam a escola.


         Brinquei com ela: “Mas e se você se perder dentro da escola? Esquecer seu nome, sua turma, o nome da sua professora, o nome da sua mãe, do seu pai...”


         Rimos e eu consegui negociar algo a meu favor: “Tá bem, pelo menos vou até a cantina”, que fica bem na entrada da escola...


         Na cantina a deixei e de lá ela foi. Olhou para trás e deu um tímido adeus. Seguiu com seus cabelos compridos, seu uniforme novinho e com sua mochila de rodinhas escada abaixo, até passar por várias outras crianças. Passou por elas sem se desviar de seu caminho. Atravessou o campo de esportes, subiu mais uma escadinha e eu ainda consegui vê-la subindo mais um vão de escadas. Sumiu, mas não sem antes espalhar pelo ar a inocência que carregamos quando a vida é um grande oceano de mistério e fantasia.


         As sensações passaram então a ser todas minhas: de orgulho de vê-la crescendo, de acreditar estar fazendo o melhor possível e de me sentir revigorado para seguir em frente pelos tortuosos caminhos do dia após dia.



...

19 comentários:

  1. É meu amigo, me fez recordar dessas sensações, que no meu caso foram duas, elas crescem mesmo... Nossas eternas princesas, as nossas filhas.
    Parabéns pela sensibilidade de sempre em teus textos. Abraços José Benício

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  2. Parabéns! E aproveite cada segundinho. De todo modo não vai ter jeito. Vai sempre ficar a sensação de que podíamos ter curtido mais ainda. É a vida que segue. Verdadeiro oceano de mistérios. Ótimo dia, meu amigo! Grande abraço, Rubens, Keith, Mick, Brian, Charlie e Mick Taylor.

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  3. Caro amigo e poeta Benício, são sensações que realmente valem a pena viver. Todo o resto perde a importância... Abraços, Herbert

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  4. Ao eterno amigo Rolling Stones, vamos seguindo em frente priorizando o que realmente importa. Abraços, H

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  5. Momentos assim não tem preço... É um misto de dor por estarem "cortando o cordão umbilical" e orgulho por estarem se tornando independentes e maduros. Somente quem se dispõe a crescer, e cortar os cordões, junto com os filhos consegue viver e perceber estes momentos mágicos. Grande beijo.

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  6. “Amiga Margareth, concordo plenamente com você. São os momentos que realmente importam na vida. Beijos, Herbert”

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  7. Linda essa sua mensagem e experiência, aproveite todos esses momentos por que realmente as crianças crescem com tamanha rapidez que quando percebemos deixamos de aproveitar sua companhia e desfrutar da inocência que lhes é peculiar.

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  8. Grande Mauro,

    Bela mensagem a sua... Temos de aproveitar mesmo, pois a vida nos ensina que o que realmente importa são momentos assim.

    Grande abraço, Herbert

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  9. E isto eh so o inicio, os olhinhos vao continuar brilhando para sempre, a cada volta que o relogio da. Nos mesmos servimos de exemplo, como dizia o Grande Otelo: eu sou uma crianca! Ou ainda, os homens sao sempre criancas, o que muda sao os brinquedos. abs

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  10. Caro amigo Dilson,
    Vamos em frente, mas como você disse, sem nunca perder o brilho no olhar.

    Abraços, Herbert

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  11. Caro Herb,
    Parabéns pelo texto. Abraços a vcs todos aí. Amelie já uma moça. maurício

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    1. Grande Maurício, Tá sumido... Que bom que gostou. Apareça para ver como sua sobrinha cresceu. Abraços, Herbert

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  12. Herbert você me comoveu... Parabéns pelo texto. Um grande abraço.

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    1. Poxa meu amigo Beto,

      Assim você é quem me deixa comovido... Obrigado.

      Mas são momentos como o descrito no texto que dão o real sentido à vida.

      Abraços, Herbert

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  13. Exatamente. Tenho três filhos e cada um deles é um mundo.
    Tão parecidos e, ao mesmo tempo, tão diferentes.
    São eles o sentido de minha vida.
    Um grande abraço.

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  14. Linda crônica Herbert! É duro ver os filhos crescendo, mas ao mesmo tempo prazeroso. O pior é que passa muito rápido... bj

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    1. Oi Tela,
      Acho bem legal ver a vida seguindo em frente... Vamos que vamos...

      Bjs, Herbert

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  15. Respostas
    1. São sensações que não têm preço... Obrigado pelo comentário...

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